A BUSCA É POR CONEXÃO

Nestes 5 meses de isolamento social, a vida em quarentena foi dominada pelos encontros virtuais. Os aplicativos de videoconferência, Hangout, Microsoft Teams e Zoom atingiram patamares nunca antes alcançados na história. De acordo com a App Annie, os donwloads nas lojas da Apple e Google chegaram a 72 milhões somente no início da primeira fase, lá em março. Só o aplicativo Zoom, tem registrado mais de 300 milhões de pessoas em reuniões online em todo mundo.

Esta mudança de comportamento, não somente para o trabalho, mas também para as aulas remotas dos alunos em período escolar, se tornou tão normal que o verbo da moda agora é o termo ‘’zooming’’. Mas a prática não se restringe apenas ao setor onde exista a possibilidade do home-office, a variedade do uso das plataformas também cresceu para concertos, teatros, cantores e até mesmo alguns casamentos e festas de aniversários, tudo feito remotamente.

Este novo padrão, seja por trabalho ou diversão, vem gerando, também, fadiga e exaustão. Especialistas apontam que esta sensação é causada principalmente pela adaptação à novidade deste novo estilo de vida em isolamento. O fato de não estarmos mais no piloto automático da rotina, tem deixado o cérebro em alerta e isso vem gerando esse estresse nos usuários.

A substituição da linguagem corporal e verbal pela tecnológica cria situações em que, muitas vezes, é preciso se concentrar mais para compreender e interpretar a outra parte. Precisamos nos esforçar mais para interpretar tanta informação ao mesmo tempo, deixando a mente sobrecarregada pelo excesso de estímulos.

Além disso, muitas pessoas ainda se sentem desconfortáveis em se ver na tela do computador ou mobile e passam o tempo todo se analisando, preocupadas com a imagem que estão passando. Muitas deixam a câmera off e isso acaba gerando outra sensação de pensarem que não estão produzindo.

Uma coisa é fato: a pandemia aumentou a quantidade de informações com que precisamos lidar. Hoje, trabalhamos e vivemos no próprio trabalho. Por mais que tentemos criar limites, o home-office invadiu o descanso. Ter disciplina é fundamental.

O lado bom é que aprendemos a respeitar mais a pontualidade. As reuniões têm começado nos horários definidos e se alguém precisar se atrasar, já envia uma mensagem ao grupo.

Aprendemos a nos preocupar mais com o outro. Foi preciso nos isolar e interagir pelos meios tecnológicos para despertar a empatia em cada um. As perguntas, antes pessoais, se tornaram mais usadas nas reuniões remotas. Fica difícil não perguntar como o outro está enfrentando a situação, pois estamos todos passando pela mesma transformação. Não tem jeito, o barulho dos filhos ao fundo das reuniões remotas ou até mesmo suas aparições repentinas na telinha, aproxima todo mundo, quebrando qualquer barreira.

Antes, achávamos que sentar perto já era o suficiente para acreditar que estávamos juntos. Hoje, o mundo virtual, estranhamente, nos une numa compaixão que aproxima muito mais que fisicamente.

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